Infelicidade Feminina

seio

A revista Época desta semana traz uma reportagem muito interessante sobre a infelicidade da mulher atual. Sim, elas são mais infelizes do que nós homens, segundo diversos estudos e pesquisas realizadas pelo mundo. Não vou reproduzir os pontos mais importantes tampouco discutir quem está certo ou errado, uma vez que as discussões sobre isso não são conclusivas.

Quero pegar apenas um ponto: A estética.

Nos últimos anos criou-se um padrão de beleza artificial. A preocupação com isso lota as clínicas de cirurgia plástica, spas, etc. A indústria que mais cresce no mundo é justamente a que produz os tais produtos de beleza. Ok, sabemos que todo mundo tem medo de ficar velho, isso é inegável, mas por que tanta preocupação em ficar belo?

Será mesmo que um seio de borracha é mais bonito do que um seio natural? Bonito pode ser, mas sinceramente, eu prefiro tocar um seio natural do que em um de borracha.

Sou realista e como tal, prefiro sempre o que é verdadeiro, cultuo a essência, a verdade, jamais o artificial. Vejam meu próprio exemplo: Comecei a perder os cabelos com 18 anos. Com 26 mais ou menos eu já era do jeito que sou hoje. Jamais, mesmo com incentivos da minha família para fazer tratamentos até fora do país, eu me preocupei com isso. Não sou hipócrita em afirmar que prefiro ser careca a ter longos cabelos loiros – sim, eu os deixaria crescer se os tivesse – mas não ter cabelos jamais foi uma questão que considerei como fator preponderante para a minha felicidade ou infelicidade.

A questão física e estética para mim não foi e jamais será levada em consideração. E isso jamais me atrapalhou nas conquistas amorosas. Há quem goste e quem não goste e eu sempre respeitei a opinião dos outros, mas cá entre nós, quem se importa com a beleza em primeiro lugar, sinceramente, não me interessa como pessoa. Até porque eu sei que posso oferecer mais do que cabelos longos.  Acho que os homens são desse jeito, a gente até se cuida, claro, mas sem essa neura feminina.

Já as pobres coitadas das mulheres não pensam assim. Elas querem por que querem se tornar Giseles. Ou Julianas Paes. Mesmo com aquelas olheiras horrorosas, mesmo com a bunda cheia de celulite que depois de um trato no photoshop, ficam perfeitas. Não importa a que preço, não importa se fazem ou não mil plásticas, o que as mulheres querem é ser perfeitas fisicamente.

Isso custa caro e não falo aqui do preço que esses tratamentos têm. Esqueçam o dinheiro, falo do custo psicológico da coisa. Esse preço é caro demais para as mulheres. O mercado conspira em favor dessa irrealidade toda. As capas de revistas só vendem se tiverem ali mulheres perfeitas. Perfeitamente “photoshopadas”. O que vende é a mentira, não a verdade. O mundo é assim, irreal. E as mulheres comuns caem nessa armadilha.

Como a esmagadora maioria é composta de mulheres que têm os famosos três quilinhos a mais, é óbvio que o resultado disso não fará bem à autoestima feminina.

Será que as próprias mulheres não percebem o quanto buscar a perfeição física faz mal a elas mesmas? Será que não passou da hora do mercado assumir, perceber e entender que o universo feminino é muito maior do que só a estética? Até quando esse povo vai pisar na cabeça das mulheres, sendo que elas mesmas é que são as que consomem as revistas com beldades na capa? Eu acho isso um tiro no pé, sabia?

Até porque sabemos que as fotografias de hoje em dia são enganosas. Eu, caso fosse debandar para o mundo da fotografia, podem ter certeza, jamais usaria qualquer artifício que fugisse da naturalidade para produzir minhas fotos. Iria preferir encontrar um bom ângulo da pessoa, é claro. Uma melhor luz, por que não, mas photoshop jamais. É a mesma coisa que jogar na cara da pessoa que ela é feia e que eu a transformei numa mulher perfeita. Eu nunca faria isso com uma cliente.

Não somos perfeitos, nem por dentro, muito menos por fora. Aceitar essa imperfeição não tem, nem de longe, o mesmo efeito negativo para a autoestima do que buscar a perfeição artificialmente.

Engraçado constatar que a culpa desse mercado crescer tanto é das próprias mulheres que são as mesmas que vão sofrer com a infelicidade. Pois eu acho que as mulheres são muito mais do que um corpo bonito, um rosto sem rugas e “peitinhos” empinados à custa de muita borracha.

Elas é que têm que pensar sobre o assunto e mudar o mercado. Elas é que estão aceitando a própria infelicidade, portanto, são elas que têm que fazer algo por si. Vejo muitas mulheres reclamando dos “padrões atuais de beleza”. E quem é que aceitou isso como padrão, hein?

MM

8 respostas em “Infelicidade Feminina

  1. O texto é interessante.
    Eu gostei mais dos comentários…rs. Todos.
    O tema é contraditório dentro de mim. Gosto de andar pelos caminhos da auto-aceitação mas também preciso da aceitação dos outros pra me sentir confortável.
    Meu pensamento foi longe nos dois caminhos. Penso no conto da “mulher borboleta” recontado e analisado por Clarissa P. Estés em “Mulheres que correm com os lobos” um bálsamo de auto-aceitação. E penso também em agendar uma visita numa clínica de estética e num dentista. Esse negócio de não pensar em beleza faz é mal pra a autoestima.
    E tem mais…ô…MM…
    Reclamo mesmo dos padrões…

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  2. Luciana.
    Desculpe, mas massagens e depilação, são procedimentos estéticos,sim.
    Higiêne seria tomar banho, cortar as unhas, lavar cabelo, escovar os dentes.
    Cremes, exercícios e boa alimentação não corrigem orelhas de abano, nariz grande, cicatrizes… que independem do envelhecimento, então dizer que é contra qualquer tipo de cirurgia plástica é um tanto radical.
    Sinceramente, colocar silicone e corrigir a cicatriz que eu tinha no abdomem, não alterou em nada minha personalidade, minhas idéias e valores.
    Beijo

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  3. Nossa Marcelo, eu concordo em gênero, número e grau com vc. Nunca fui atrás de tratamento estético, fora claro cuidar bem da higiene e depilação,massagens, não tem nada a ver com artificialismo…mas sou totalmente contra qualquer tipo de cirrurgia plástica. Existem cremes pra se cuidar e exercícios físicos e boa alimentação, ao invés de se entupir de porcarias. Odeio mulheres que se enchem de silicone, se esticam aqui e ali e o resultado é tão artificial que fica pior que antes, revela que a pessoa passou da idade. E dá impressão que realmente a pessoa não se importa em ser alguém com personalidade e idéias e sim quer ser uma boneca pra seu homem brincar. Agora não tiro a culpa de alguns homens que adoram sse tipo de mulher , pois as procuram nas revistas e nas baladas sim. São ambos querendo viver num mundo de mentiras e com certeza serão infelizes se não aceitarem o envelhecimento natural…Beijos
    Lu

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  4. Prefere sempre o verdadeiro ??
    Jamais o artificial e só a essência basta..
    Sei…
    Me considero uma mulher de “conteúdo”, com “essência” e por outro lado extremamente vaidosa…e cá entre nós, não perdí conteúdo e muito menos essência, por conta dessa vaidade.
    Uso e abuso de todos os métodos artificiais pra ficar de bem com o espelho, não vou deixar as unhas naturalmente cheias de cutículas, muito menos desfilar com meus cabelos brancos refletindo a luz solar, nem vou ficar com as pernas, buço, axilas estilo “Tony Ramos”, também não gosto do meu natural”bronzeado palmito”…bronzear a pele é artificial ?
    Faço…faço….faço. Não pra estar de acordo com os padrões impostos pelo mercado e , pelos homens, como bem disse a leitora Fernada. faço porque EU QUERO…EU GOSTO .
    Óh…Céus, sou uma “emborrachada”, “pobre coitada”…rs.
    Viva a estética !!!!!
    Salve a “borracha” e o bisturí !!!!!!!!!
    rsrsrsrsrrsrsrsrsrsrrsrsrs.

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  5. Texto maravilhoso.
    Você deveria ser mais ouvido, Marcelo, suas ideias são sempre geniais.

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  6. Acho que o Marcelo tem razão. A culpa é nossa, porque se formos levar em consideração a opinião da Fernanda, eles só compram essas revistas porque as mulheres se transformam.
    Quem começou a brincadeira? Não seria a transformação?

    Má, adorei, um tapa na cara com luvas de pelica.
    E você é um charme carequinha, até meu marido acha. Talvez porque ele é igual. rsrsrsrsrsrsrs
    Bjs querido.
    Paty

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  7. Ah! A vaidade…..
    Ê pecado capital complicado esse, viu????
    Agora, me diga, a culpa não é só de nós, mulheres, a partir do momento que vcs babam ao ver essas artistas na TV ou nas revistas masculinas, não é?????
    Aí, para agradá-los, cometemos alguns excessos… rsrs….

    Bjs

    PS: Precisava dividr a culpa… me sinto tão melhor… kkkkk

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